quarta-feira, 5 de agosto de 2015

HISTÓRICO SLB parte 1/2



                Como grande instituição e o maior clube português, decidi dedicar uma publicação inteira e longa a esse clube para realçar a longa e grandiosa história no futebol nacional e internacional.
                Para que não haja algum tipo de especulação, irei referir-me apenas a factos.
                Começando pelo início, o primeiro título no longínquo ano de 1930
Segundo o regulamento, essa partida deveria ser disputada em campo neutro. Mas a Associação de Futebol de Lisboa marcou o encontro para o Campo Grande, o terreno de jogos do... Benfica. O benfiquista João de Oliveira estava suspenso por, semanas antes, ter agredido um árbitro em jogo. À última da hora, este Oliveira foi... “amnistiado” do seu castigo de oito meses podendo alinhar na final contra o Barreirense.
O árbitro foi designado Silvestre Rosmaninho, um dos sócios mais antigos do Benfica.
Guarda Redes do Barreirense, Francisco Câmara, é dele a frase: “O primeiro título nacional do Benfica foi extorquido ao Barreirense.
Quanto ao jogo, Zé “Toupeira” inaugurou o marcador para os camarros. O Benfica empatou, num lance ilegal sancionado por Rosmaninho em que adversários empurraram Câmara para dentro da baliza antes de a bola entrar! No prolongamento, o “amnistiado” João “Bananeira” marcou o segundo tento benfiquista. Com tal arbítrio os barreirenses baixaram os braços. Veio o 1-3 final.
Chico Câmara adiantou: “Passados uns anos leu-se que Silvestre Rosmaninho fora galardoado pelo seu clube com a Águia de Ouro”. O seu a seu dono.
                Futebol nacional
Calabote
Estamos em 22 de Março de 1959. Hoje é conhecido o campeão nacional. São três da tarde e a bola começa a rolar em todos os estádios. menos na Luz, o Benfica recebe a CUF e sobe ao relvado dois minutos antes do início do jogo. A estratégia é retardar a partida o máximo possível, de forma a saber o que se passa em Torres Vedras, no Torreense-F. C. Porto.
Os dragões são líderes com os mesmos pontos do que os rivais da Luz, mas com vantagem na diferença de golos. Para ser campeão, o Benfica precisa de marcar mais cinco golos do que aqueles que os portistas marcassem.
No campo do Torreense, já se contam oito minutos de jogo, quando na Luz, Inocêncio João Teixeira Calabote, árbitro internacional de Évora, faz soar pela primeira vez o apito. A primeira parte corre de feição às águias que chegam ao intervalo a vencer por 4-0, com os dois primeiros golos de penálti, o segundo dos quais considerado inexistente por toda a crítica.
A vantagem era insuficiente, uma vez que os portistas já tinham inaugurado o marcador. Na segunda parte, já depois do golo de honra da CUF, o Benfica não demoraria a dilatar a vantagem com mais dois golos, um deles de penálti. Os encarnados são virtualmente campeões. Festeja-se na Luz, sofre-se nas Covas. Não por muito tempo. O portista Noé faz o segundo golo e a festa volta a Torres Vedras. Por pouco tempo também. De rajada, os benfiquistas fazem o 7-1, já o guarda-redes Gama, da CUF, tinha sido substituído, a pedido dos colegas, num tarde muito infeliz...
Porém, em cima do minuto 90, Teixeira faz o 3-0 e volta a entregar o título ao F. C. Porto. O jogo termina a seguir, mas não há campeão. Na Luz, ainda faltam jogar oito minutos, mais os quatro de compensação concedidos por Calabote - que ainda expulsou três jogadores da CUF -, quando, na altura, não era normal dar-se mais do que dois. Foram 12 longos minutos de sofrimento em Torres Vedras, enquanto o Benfica desesperava por mais um golo, que não veio a acontecer. A festa mudava-se, de vez, para as Covas.
Poucos dias após o mais dramático epílogo dos campeonatos, Calabote é alvo de inquérito federativo e acusado de ter mentido no relatório, escrevendo que o jogo principiara às 15 horas e terminara às 16.42 horas. O árbitro de defende-se e diz que o seu relógio é que vale. Nada feito. É acusado de corrupção, mas diz que nunca recebeu um tostão. É irradiado uns meses mais tarde.
O livro sobre o "Caso Calabote", da autoria do jornalista João Queiroz, editado em 2010 pela Quidnovi.
Futebol nacional II
2 de Maio de 1981
Jogava-se o derby lisboeta. O Sporting, a 10 pontos do rival já não aspirava ao título, mas o Benfica não podia perder, sob pena de ser apanhado na classificação pelo FC Porto. Resultado final: Benfica 1 - Sporting 1.
Árbitro: Inácio de Almeida.
«O famoso jogo marcado pelo erro grosseiro do árbitro Inácio de Almeida. Ele podia enganar-se, mas o seu maior engano foi não ter admitido o equívoco num programa televisivo. Eu ia com a bola desde o meio-campo, entrei na área e o Pietra deu-me um toque por trás. O árbitro não assinalou penálti e virou as costas ao jogo. Entretanto, naquela 'fossanguice' de recolocar a bola em jogo, o Bento atrapalhou-se e deixou a bola fugir para o Jordão, que a tocou suavemente para dentro da baliza. O árbitro vira-se e ainda hoje não sei o que lhe disse o fiscal de linha. Anulou o golo e marcou falta do Jordão por pé em riste. Foi inacreditável.»
Manuel Fernandes, jogador do Sporting
«Foi uma grande bronca e eu e o Humberto Coelho tivemos muita culpa. Aproveito para pedir desculpa a Inácio de Almeida, que não tornou a apitar desde esse dia. Ele confiou na lógica, ou seja, que o Bento agarrava a bola e a colocava em jogo. Quando se gerou a confusão, eu e o Humberto apertámos com o árbitro e com o fiscal de linha, que foi 'cobardolas'. Sentiu o peso do Terceiro Anel. Alegámos que o Jordão tinha pontapeado as mãos do Bento, que devia estar com azeite nas luvas. O Sporting foi prejudicado até porque esse jogo se revelou determinante, pois tornou-nos virtuais campeões. Para ajudar à festa, o Chalana falhou um penálti e o árbitro ordenou que o repetisse...»
João Alves, jogador do Benfica
O árbitro em causa, que foi irradiado da arbitragem devido aos erros grosseiros que aqui se descrevem, é hoje em dia um dos membros da Comissão de Análise da Arbitragem da LPFP.

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