quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Aquela noite... 1ª parte

Entrei naquela fabrica com as emoções todas a rodopiar como se estivesse dentro de um tornado..

Os acontecimentos que me tinham levado aquele momento eram de certa forma surreais.. Eu ainda não acreditava que estava a viver aquilo, e de certa maneira expectante sobre o que se poderia passar..

Sou Acompanhante , mas exerço outra actividade a qual me dá  a possibilidade de visitar empresas durante o funcionamento laboral..

Nunca sabia onde seriam essas visitas, pois a lei não o permitia saber com muita antecedência para se evitar psêudo fugas de informação , e foi com surpresa que naquele fim de tarde me tivessem dito que ia para os arredores da capital.. Era a primeira vez que me mandavam para tão longe.. A mim e o meu colega Pedro , que com um ar de menino traquinas , era ele quem não perdoava nenhuma falha. . Eu dava os avisos, ele fazia questão de os registar por escrito para o conhecimento das autoridades ..Um autentico terror para os orçamentos das empresas..

Detesto conduzir em Lisboa, chego a ter pavor mesmo , então nesse dia ele levou o carro dele.. Durante a viagem aproveitei para consultar a papelada mais a fundo sobre o sitio que íamos visitar e vi que de facto o nível de acidentes de trabalho, embora sem gravidade abundavam e aqueles números referiam se só ao que acontecia e era declarado.. Possivelmente seria uma empresa a espera que uma desgraça acontecesse para implementarem as medidas de segurança como deveria de ser..

Costumo ver logo a morada mas esta tinha me escapado e quando fui a ver quase que perdi a respiração!! Aquela empresa tinha alguém muito especial.. Alguém que eu conhecia de um outro mundo .. E logo alguém que foi uma das pessoas que mais mexia comigo e que se tinha afastado, supostamente para se reformar ..
Levantei o nariz dos papeis para respirar fundo e os meus olhos bateram no castelo de Óbidos lá longe e pensei que esse também era um sitio muito especial..

Mandei lhe uma mensagem a perguntar como estava e ele respondeu que estava bem, apesar de estar a trabalhar..

Era inevitável.. eu ia reencontrar o Alexandre, num ambiente totalmente diferente ao habitual ..

Nem a boa disposição do meu companheiro de viagem, k se fartou de brincar com as promoções recentes do Pingo Doce me aliviou.. Mandei mais uma mensagem a dizer que ele iria ter uma surpresa e que eu esperava que fosse agradável, mas não respondi ao inquérito k ele me fez sobre isso, não lhe podia dar a resposta que ele queria.. Ainda não..

Eu estava ansiosa pelo reencontro e pela reacção, que nem vi o tempo passar e quando dei por mim, já estava dentro daquela empresa barulhenta mas eu quase que só ouvia o bater do meu coração..

O engenheiro Jorge como era o chefe responsável por aquele turno foi chamado para nos acompanhar, e depois das apresentações feitas guiou nos através dos escritórios, balneários, refeitório e mais uma infinidade de sítios mas eu só queria chegar a um, aquele onde o Alexandre estava. O Pedro tomou conta das operações quase por completo, para desespero do senhor Jorge, mas dando me a mim o espaço de manobra que eu precisava para o procurar com os olhos por todo o lado, mesmo sabendo que não era naqueles sítios que ele andaria a deambular..

Entramos num corredor comprido e largo e o meu instinto disse me que estarias bem perto, apeteceu me correr ao teu encontro, senti um desejo quase incontrolável de ver o teu sorriso, mas o bom senso não me deixou e mantive o compasso demasiado lento para o meu gosto,habitual nestas coisas.. Enquanto um par de vozes ao meu lado iam discutindo se haveria luz suficiente ou não, eu só ouvia as minhas duvidas interiores..


Vi o ao longe, mas estava de costas e na necessidade iminente de saber se era ele ou não, peguei no tlm uma vez mais , mas desta vez enviei lhe somente um beijo..Quase que estaquei para ver se aquele trabalhador dava algum sinal se seria ele ou não..

A medida que a mão dele ia descendo pelo bolso adentro, um friozinho ia subindo por mim acima.. Era ele, não havia duvidas no sorriso que se formou na sua cara ao olhar para o tlm.. Tinha acabado de ler o meu beijo ..

Devia de estar para me responder , mas nesse intervalo chegamos bem perto de onde estava e o seu chefe com voz de trovão para impor respeito disse :

-Então senhor Alexandre, guarde lá isso, que não são horas para estar a brincar com o telemóvel?
Estava tão distraído que o tlm saltou lhe das mãos e veio a deslizar ate aos meus pés..

Apanhei o toda a tremer e quando me levantei e estiquei o braço para lho dar, os nossos olhares cruzaram se e ele suspirou :

-Laura!! ……..

E eu : -Pois.. Surpresa!!
(continua na próxima quinta feira ) 

1 comentário:

  1. :) Adorei!!
    Consigo imaginar-me tão bem nessa situação que agora até eu fiquei nervosa e ansiosa a ler...
    E ansiosa pelo 2º capítulo... ;)

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