Já é velha a expressão, “faz o que eu digo mas não faças o
que eu faço” ou a minha preferida, “ a pimenta no cu dos outros é refresco”…
Posto isto, falemos da nossa sociedade portuguesa de pudicos
e moralistas que quando se fala de homossexualidade, por exemplo, surgem
expressões como:
“Cada pessoa é livre de amar quem quiser”
“Se é o que gostam, acho muito bem”
Mas depois quando têm a sorte ou o azar de ter por vizinhos
um casalinho de rapazes sem bateria (só pegam de empurram), as expressões mudam
para:
“Vistes os panascas do 2º drtº?”
“Olha o paneleiro a tirar as compras do carro!”
Nos dias que correm, ouve-se muito o “não quero saber o que
os outros pensam”, mas se o filho chega a casa e diz que vai casar com o colega
de quarto da faculdade, a primeira coisa que os pais pensam não é nas
hemorróidas do filho é mais “e o que é que os vizinhos vão dizer?!”… pois é…
O mesmo se aplica à economia portuguesa (tema recorrente nos
dias que correm), quando questionados, todos, sem excepção, concordam que se
tem de cortar na despesa pública, e depois acontecem coisas do género:
-Acha que devemos de cortar na despesa publica?
-Claro que sim!!
-Então vamos fechar a sua instituição!
-É pá, isso não!! Esta instituição de apoio, analise e
reconhecimento do crescimento do grelo da batata é fundamental para a
Agricultura e Economia portuguesa…
Pois deve-se de cortar na despesa, mas na despesa feita pelos
outros…
Mais recentemente, e a olhar para o mar de gente que fez
manifestações por todo o país, pus-me a pensar quantos é que em:
… andaram de transportes públicos sem pagar
… declararam no IRS produtos de farmácia com 23%
… tiveram um emprego em que não descontaram
… fizeram empréstimos para ir de férias
…pediram ao mecânico para não passar factura e não pagar IVA
Por outro lado, quantos é que:
… ajudaram uma instituição social
… doaram sangue
… se inscreveram no banco de medula óssea
Talvez não tantos como se desejava num caso e talvez demais
no outro, ou os mercados paralelos também são feitos pelos bancos e políticos?
(em casos de sucata talvez…)
Outros casos são em relação a racismo e/ou xenofobia… “haa e
tal somos todos iguais e mais não sei quê” mas quando dizemos que os ciganos
recebem RSI se os filhos andarem na escola a coisa muda… e se dissermos que os
crimes violentos dispararam em Portugal com sotaque de leste ou que os bairros
sociais estão minados com africanos (muitos ilegais) que encontramos
regularmente quando estamos a ser assaltados… aí já não somos tão iguais…
Já para não falar dos imigrantes (principalmente
brasileiras) que para cá vêm, não descontam e o único objectivo é mandar o
dinheiro para casa.
Conheço vários casos de homens de leste que passaram fome
para poder mandar mais dinheiro para casa!
Bela ajuda à economia…
Afinal em que é que ficamos? Vamos ter um discurso
politicamente correcto só para não ter de defender as nossas convicções? Ou vou
ser revolucionário para reclamar direitos quando não sou um exemplo em termos
de obrigações? Ou ainda vou exigir aos outros aquilo que não exijo de mim?
E assim termino com uma frase…
Não vale a pena pensar nisto!