terça-feira, 10 de dezembro de 2013

MÁRIO SOARES







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A lucidez do “Matusalem” do PS…
…permitiu-lhe escapar à PIDE e a um desterro principesco (Março 1968) em S.Tomé e Príncipe, “preso” numa das melhores casa existentes na capital àquela data e livre para se deslocar à vontade no arquipélago onde chegou a advogar. Marcelo Caetano amnistia-o pouco tempo depois de tomar posse e então regressa a Portugal. Concorre às eleições à A.N. pela CEUD e perde, apesar de apoiado por um homem forte do Estado Novo, Melo e Castro. Em 1970 “exila-se” em Paris com casa no centro da cidade, e pavoneia-se pelos luxuosos corredores do poder da cidade luz, com o beneplácito de “son ami Mitéran” que o força a um pacto com Álvaro Cunhal (pacto de Paris/1973) em todo semelhante ao que aquele fizera com George Marchais e que mais tarde redundou num enorme desastre.

Coitado!
Reparem bem nas algemas e nas grilhetas que lhe foram colocadas pela PIDE em S. Tomé!





Modesta zona de Paris onde esteve “exilado” (1970/1974)





…que lhe permitiu conseguir que os Estados Unidos financiassem o PS durante os primeiros anos da Democracia.
…que o fez meter o socialismo na gaveta durante a sua experiência governativa.
…que lhe permitiu governar sem ler os «dossiers».
…que lhe permitiu não voltar a ser primeiro-ministro depois de tão fantástico desempenho do cargo.

…que lhe permitiu pôr-se a jeito para ser agredido na Marinha Grande e, dessa forma, vitimar-se aos olhos da opinião pública e vencer as eleições presidenciais.
…que lhe permitiu, após a vitória nessas eleições, fundar um grupo empresarial, a Emaudio, com «testas de ferro» no comando e um conjunto de negócios obscuros que envolveram grandes magnatas internacionais. 
…que lhe permitiu utilizar a Emaudio para financiar a sua segunda campanha presidencial.

…que lhe permitiu nomear para Governador de Macau Carlos Melancia, um dos homens da Emaudio.
…que lhe permitiu passar incólume ao caso Emaudio e ao caso Aeroporto de Macau e, ao mesmo tempo, dar os primeiros passos para uma Fundação na sua fase pós-presidencial.
…que lhe permitiu ler o livro de Rui Mateus, «Contos Proibidos», que contava tudo sobre a Emaudio, e ter a sorte de esse mesmo livro, depois de esgotado, jamais voltar a ser publicado.

…que lhe permitiu passar incólume às «ligações perigosas» com Angola, ligações essas que quase lhe roubaram o filho no célebre acidente de avião na Jamba (avião esse carregado de diamantes, no dizer do Ministro da Comunicação Social de Angola).

…que lhe permitiu, durante a sua passagem por Belém, visitar 57 países («recorde» absoluto para a Espanha - 24 vezes - e França - 21), num total equivalente a 22 voltas ao mundo (mais de 992 mil quilómetros).
…que lhe permitiu visitar as Seychelles, esse território de grande importância estratégica para Portugal.



…que lhe permitiu, no final destas viagens, levar para a Casa-Museu João Soares uma grande parte dos valiosos presentes oferecidos oficialmente ao Presidente da República Portuguesa.
…que lhe permitiu guardar esses presentes numa caixa-forte blindada daquela Casa, em vez de os guardar no Museu da Presidência da República.
…que lhe permite, ainda hoje, ter 24 horas por dia de vigilância paga pelo Estado nas suas casas de Nafarros, Vau e Campo Grande.

…que lhe permitiu, abandonada a Presidência da República, constituir a Fundação Mário Soares. Uma fundação de Direito privado, que, vivendo à custa de subsídios do Estado, tem apenas como única função visível ser depósito de documentos valiosos de Mário Soares. Os mesmos que, se são valiosos, deviam estar na Torre do Tombo.
…que lhe permitiu construir o edifício-sede da Fundação violando o PDM de Lisboa, segundo um relatório do IGAT, que decretou a nulidade da licença de obras.
…que lhe permitiu conseguir que o processo das velhas construções que ali existiam e que se encontrava no Arquivo Municipal fosse requisitado pelo filho e que acabasse por desaparecer convenientemente num incêndio dos Paços do Concelho.


…que lhe permitiu receber do Estado, ao longo dos últimos anos, donativos e subsídios superiores a um milhão de contos.
…que lhe permitiu receber, entre os vários subsídios, um de quinhentos mil contos, do Governo Guterres, para a criação de um auditório, uma biblioteca e um arquivo num edifício cedido pela Câmara de Lisboa.
…que lhe permitiu receber, entre 1995 e 2005, uma subvenção anual da Câmara Municipal de Lisboa, na qual o seu filho era Vereador e Presidente.
…que lhe permitiu que o Estado lhe arrendasse e lhe pagasse um gabinete, a que tinha direito como ex-Presidente da República, na... Fundação Mário Soares.
…que lhe permite que, ainda hoje, a Fundação Mário Soares receba quase 4 mil euros mensais da Câmara Municipal de Leiria.

…que lhe permitiu fazer obras no Colégio Moderno, propriedade da família, sem licença municipal, numa altura em que o Presidente era... João Soares.
…que lhe permitiu silenciar, através de pressões sobre o director do «Público», José Manuel Fernandes, a investigação jornalística que José António Cerejo começara a publicar sobre o tema.
…que lhe permitiu candidatar-se a Presidente do Parlamento Europeu e chamar dona de casa, durante a campanha, à vencedora Nicole Fontaine.

que lhe permitiu considerar José Sócrates «o pior do guterrismo» e ignorar hoje em dia tal frase como se nada fosse.
…que lhe permitiu passar por cima de um amigo, Manuel Alegre, para concorrer às eleições presidenciais uma última vez.
…que lhe permitiu, então, fazer mais um frete ao Partido Socialista.
…que lhe permitiu ler os artigos «O Polvo» de Joaquim Vieira na «Grande Reportagem», baseados no livro de Rui Mateus, e assistir, logo a seguir, ao despedimento do jornalista e ao fim da revista.
…que lhe permitiu passar incólume depois de apelar ao voto no filho, em pleno dia de eleições Autárquicas


No final de uma vida de lucidez, o que resta a Mário Soares?
Mário Soares tem a história à frente para que a História se ocupe das posições contraditórias, ziguezagueantes de um homem que afinal nada mais queria que o Poder, em benefício dele e dos amigos.

Penalizar-se como um dos grandes responsáveis pela guerra civil em Angola, pelos massacres em Timor, pela escalada da União Soviética em África e como o principal pela miséria em que Portugal se encontra.
Resta a história para julgar os anos de 1974 a 1985 e retirar da falta de competência de Mário Soares as consequências de Portugal ser hoje a lanterna vermelha da Europa.

*Alguns extractos da obra “Nixon e Caetano-Promessas e abandono” de Freire Antunes
** Outros do blog do Dr. José Maria Martins, com a devida vénia
*** Autor: um português indignado mas com memória

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