quinta-feira, 13 de junho de 2013

DESPORTO NACIONAL






Agora que estamos em pausa futebolística, vou recordar os jogos olímpicos de 2012.
No rescaldo dos jogos olímpicos e paralímpicos, coloca-se a pergunta, qual é o valor de uma medalha?

Para começar, todos nós gostamos de um ou de outro desporto e alguns ainda o praticam mesmo que de forma amadora, o amadorismo é por amor à camisola, por gosto e não por questões financeiras ou profissionais, posto isto, temos atletas que se dizem amadores mas que recebem milhares de euros todos os meses para se prepararem para os jogos… e depois, trazemos uma medalha de prata.

Não temos qualidade? Na maioria das vezes, não! E poucas vezes se aplica o facto de não haver condições.
Agora se quisermos ser competitivos passará por (tal como no futebol) generalizar a praticas de todos os desportos às massas, nas escolas, nos clubes e nas colectividades ou associações, tendo um maior numero de participantes haverá uma probabilidade maior da qualidade aumentar drasticamente, e os que são realmente bons e que tenham condições para lutar por medalhas, não terão dificuldades em arranjar patrocínios e publicidades.

Mas a realidade do centralismo deixa o país atrofiado, desenvolvendo-se sempre nas mesmas cidades, pois até simples ginásios nas escolas são difíceis de aparecer na generalidade do país!

A mentalidade e espirito de sacrifício da nossa sociedade resulta em declarações tipo:
“ dei o meu melhor”
Dito pela campeã europeia quando é eliminada na 1ª ronda.

“estou bastante feliz com a minha participação”
Dito recorrentemente por atletas que chegam a uma final e não ganham nada, acredito que pessoalmente estar numa final dos jogos olímpicos será motivo de orgulho, mas estando a representar um país e um povo que lhe paga para mostrar resultados, julgo que não será razão para tamanha satisfação.

E finalmente vem sempre à baila a comparação com o futebol…

Então comparemos…
Temos 60 ou 70 mil pessoas todas as semanas a pagar bilhete para ver atletismo?
Há audiência televisiva nos primeiros lugares para ver hipismo ou tiro?
Algum nadador foi contratado para nadar no estrangeiro e mostrar Portugal?

Estas comparações dariam para continuar, mas julgo que a ideia está clara.
Tal como os ordenados dos futebolistas…
É generalizada a ideia dos ordenados milionários para jogar à bola, e alguns talvez sejam…
Alguns que ganham 10.000€ são demais e outro que ganha 100.000€ é justificável… porquê?
O ordenado para ser sustentável terá o empregado de gerar 2.5 vezes mais de “produção”, como tal, nos jogadores de futebol, isso passa muito pela rentabilidade que ajude aos títulos (que dão €, visibilidade e patrocínios) e principalmente a nível de marketing e publicidade.
Por exemplo, imagens como do Ronaldo, Messi, etc… valem muitos milhões de euros por ano.

E tu? Dás 2.5 vezes de lucro ao teu patrão? 

2 comentários:

  1. Muito pertinentes estas considerações quer no amadorismo, quer no desporto profissional.
    Quanto ao primeiro, penso que, como quase tudo no nosso país, sofre de um errado conceito de base, já que o desporto não é visto, desde as escolas, como um potencial a desenvolver para quem mostre capacidades. Então, improvisa-se...
    Claro que eu entendo quando oiço um atleta que vai a umas Olimpíadas e é eliminado logo de início, falar de que cumpriu, pois o seu objectivo era participar. Mas exige-se um pensamento mais "ofensivo" e não se pode admitir esse comentário que referes da parte de atletas em que se depositam reais esperanças e depois falham rotundamente.
    Enquanto não se modificar esta mentalidade de encarar o desporto como algo não fundamental, vamos-nos contentando com umas medalhas esporádicas e nada mais.
    Já quanto aos profissionais, e aqui a referência é imediata para o futebol, concordo que um jogador possa ser encarado como uma eventual mais valia para o seu clube e assim justifica o pagamento de quantias astronómicas pela aquisição de certos passes. O FCP tem realizado negócios muito acertados e aí dou razão à gestão de Pinto da Costa, homem que detesto por razões óbvias (é um escroque!)
    E Jesus, no Benfica pode não ter dado muitos títulos ao Benfica, mas já lhe deu muito dinheiro a ganhar com a valorização de jogadores depois muito bem "vendidos" (Di Maria, Coentrão, David Luiz, Witsell entre outros).
    Mas há um limite para tudo; e acho imoral, numa altura de crise mundial que os chamados jogadores de elite valham e sejam pagos pelas quantias actuais. Fala-se de que o CR poderá ir para o Mónaco por 100 milhões (custou 90 ao Real) e poderá auferir de um salário impressionante, bem acima do que aufere actualmente e até daquilo que o Real lhe oferecerá para renovar. Devia ser proíbido, pois é imoral, apesar de eu saber que há outros casos em que até há verbas maiores em jogo - Fórmula 1, ténis, NBA, golf, etc.

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