terça-feira, 19 de março de 2013

EXIGÊNCIA






   O Rui Veloso, é indiscutivelmente um dos maiores músicos portugueses, não há ninguém que seja totalmente indiferente a algumas das suas músicas.

   Habituou-nos a um nível de qualidade e bom gosto bastante alto e com o pormenor de ser um autodidacta e não um estudioso de música.

   Talvez pelo que é expectável dele ser tão exigente ou pura e simplesmente o meu ouvido não estar de comum acordo com o exemplo que se segue, sou da opinião que está aqui um exemplo que nunca deveria ter saído da gaveta, nem mesmo num jantar de amigos bêbados.



   Podemos eventualmente repartir responsabilidades com o Carlos do Carmo, um músico que se tivesse nascido na época dos Ídolos, não passaria do casting inicial.

   Mas isso é um problema de vários artistas portugueses, que apareceram numa altura em que as oportunidades eram feitas em boites Lisboetas entre whiskys e cigarros.
Como a oferta não era muita, tinha-se de aproveitar o que havia.
Cantores, actores, apresentadores, que fizeram nome apenas por falta de concorrência é coisa que não falta.

   E depois temos um dado curioso, a qualidade da música tem vindo a ser inversamente proporcional à qualidade dos intérpretes, isto é, a qualidade dos cantores aumenta e a qualidade da música decresce.

   Por exemplo o Sérgio Godinho, é um excelente poeta, do melhor que temos em Portugal, mas cantar não canta nadinha! O outro que se diz muito conhecedor de música diria “tu és um grande azeiteiro”.

   Outro é o Jorge Palma, um bom músico (mediante a dose que tinha na altura), mas como cantor também deixa muito a desejar e como interprete depende do álcool que tenha ingerido!

   E já agora, a Mafalda Veiga ou a Susana Felix, alguém que lhes despeje uns quilos de sal para cima pois são duas coisinhas tão insossas… credo!

   Mas isso, de alguém se evidenciar por falta de concorrência não é exclusivo do mundo artístico, e foi apenas o que a História nos deixou, agora, e com os devidos “juros”, temos de avaliar e comparar com os tempos actuais o real valor desses ícones do passado.

Por exemplo o Eusébio, marcar 40 golos nos anos 60 é o mesmo que marcar 40 golos nos dias de hoje? Não me parece.

Esses ícones tiveram grande valor na sua época, é um facto indiscutível, mas agora não os podemos considerar os melhores de sempre.

Tal como considerar o Paulo de Carvalho “A Voz”, por amor à santa, nos anos 70 eram todos mudos ou eram todos surdos? O homem cantava bem, mas chamar-lhe “A Voz”?
Assim como o Frank Sinatra comparado com o Michael Bublé… coitado do Frank!

Eu, quando era puto, também era o melhor jogador da minha rua, mas também eramos só 2.

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