quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

SAUDOSISMO




Por estes dias ando um pouco saudosista, e vi-me (“vi-me” e não “vim-me”) a relembrar a minha juventude…

Não posso negar que fiquei um pouco desiludido, não nego…

Quando relembro as famosas e esperadas idas às discotecas, nas minhas memórias resumem-se a dois tipos de festas:

- A festa da mangueira, aquela porcaria era quase só homens (e algumas mulheres que mais valia serem homens)

- E a festa do oxigénio, que a coisa que mais abundava era ar… ar e moscas, o que vulgarmente se diz que estava às moscas…

Durante a semana era um trabalho infindável de pesquisa sobre onde é que havia gajas boas (sem ser em Ermesinde, pois ficava fora de mão), uma coisa que hoje em dia se faz em 30 min no Google.
Durante a dita pesquisa aparecia sempre um gajo a dizer:

“gajas boas? É naquele bar XPTO… está minado delas”

Sexta-feira (sim, em maiúsculas e com hífen), está na hora de ir até ao dito bar… por azar, nos dias em que eu ia a esses famosos locais cheios de gajas, elas tinham ido a outro lado…

Foi sempre um azar que me perseguiu, os meus colegas iam a bares cheios de gajas, mas sempre que ia com eles, era mais uma festa do chicote ou do oxigénio.

Por outro lado, sempre que havia porrada, eu estava lá… quer quisesse, quer não…

Bem dita a hora que me apanhei com um carro nas mãos!
Assim pude ir a festas do chicote e do oxigénio mas fora do Distrito!

“ahh e tal, há um bar em conamaím street muito bom”

E lá ia o camelo, fazer km’s para apanhar mais uma desilusão.

Com o tempo fui cagando para o assunto, mas esses gajos que falavam desses bares, continuaram…

“sabes onde é que há um bar de alterne com putas boas? Na Coscuvilheira de Cima”

E aqui o artista lá ia, para ver umas velhas e umas farroncas a cravar copos.

Abençoada internet… não quer dizer que não seja enganado, porque sou… a diferença é que ninguém fica a saber!

Mas mesmo assim, a Sexta-feira e o Sábado eram dias esperados com enorme ansiedade (e depois passou a ser também a Quinta-feira, chamada de noite das universitárias), só mesmo comparável aquela sensação que sentia quando ouvia a música da Eurovisão na RTP1… era sinal que ia dar algo muito importante:

- Um jogo de futebol internacional
- Campeonato do Mundo de hóquei
- Festival da Eurovisão
- Jogos Sem Fronteiras

Hoje, está tudo banalizado e com tanta oferta deixamos de dar valor a muita coisa…
A maior dificuldade é mesmo encontrar alguma coisa para dar grande valor, que nos devolva a ansiedade da espera, a alegria do acontecimento…

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